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Baly supera Red Bull no mercado nacional de energético

  • Foto do escritor: Dalton Bermejo Wang
    Dalton Bermejo Wang
  • há 5 dias
  • 4 min de leitura
O mercado de bebidas energéticas no Brasil vive um momento de transformação — e quem está liderando essa mudança é a marca Baly, que desbancou a tradicional Red Bull em volume de vendas no território nacional. A conquista representa mais do que uma vitória de mercado: sinaliza um novo comportamento de consumo dos brasileiros e a ascensão de marcas nacionais com forte apelo regional, preço competitivo e uma comunicação mais próxima do público jovem.

Mas o que explica essa virada no jogo? Por que a Baly ganhou tanto espaço nos últimos anos? E como isso impacta o universo do consumo moderno, especialmente para quem acompanha tendências alimentares e hábitos de estilo de vida? A seguir, a Mood Food mergulha nesse cenário energético e analisa os bastidores dessa disputa acirrada.

Imagem promocional de bebidas energéticas da marca Baly, incluindo água sabor limão, tangerina e melancia, com ingredientes como urina, cafeína e vitaminas.


A escalada da Baly

Criada no Brasil em 2002, a Baly Bebidas começou com uma atuação regional no Nordeste, mas foi ganhando capilaridade à medida que expandia seu portfólio, investia em distribuição estratégica e se conectava com públicos jovens por meio da música, esportes e cultura urbana. Em 2024, colheu os frutos desse trabalho: a marca superou a Red Bull em volume de vendas no Brasil, segundo dados da consultoria NielsenIQ.

A ascensão da Baly é um exemplo claro de como marcas nacionais podem desafiar gigantes internacionais quando combinam preços mais acessíveis, campanhas certeiras e identidade local. Seu posicionamento se destaca por oferecer latas e garrafas com sabores variados, preços mais competitivos e uma estética pop colorida que conversa diretamente com o público das periferias, das festas e dos eventos culturais.


💡 Curiosidade: A Baly é uma das poucas marcas que oferece energético em garrafa PET, o que ajuda a reduzir o custo e ampliar o alcance para diferentes perfis de consumo.



Red Bull: pioneira, mas em alerta

A Red Bull, lançada na Áustria em 1987 e no Brasil em 1999, praticamente inventou a categoria de energéticos como conhecemos hoje. O famoso slogan “Red Bull te dá asas” se tornou um dos mais icônicos do mundo do marketing. E de fato, por muitos anos, a marca dominou o mercado nacional com folga.

Contudo, a fórmula de sucesso da Red Bull passou a ser desafiada à medida que novas marcas surgiram com propostas mais democráticas e próximas dos hábitos brasileiros. Embora ainda seja uma referência de mercado e continue forte em ações globais e patrocínios esportivos, a Red Bull agora precisa lidar com a concorrência direta de marcas como Monster, TNT e, especialmente, Baly.


Por que a Baly caiu no gosto dos brasileiros?

Vários fatores explicam o crescimento da Baly — e muitos deles estão conectados a transformações que também vemos no mundo da gastronomia e dos hábitos alimentares contemporâneos:

1. Preço acessível
A Baly consegue entregar um produto de boa qualidade com preço até 40% menor que o da Red Bull. Isso se tornou um diferencial especialmente importante em um momento de inflação dos alimentos e perda de poder de compra das classes C e D.

2. Distribuição inteligente
A marca apostou em mercados populares, pequenos comércios de bairro, postos de gasolina e redes de atacarejo — ou seja, foi onde o povo está. Isso ampliou o alcance e tornou o produto extremamente acessível geograficamente.

3. Variedade de sabores
Enquanto a Red Bull manteve uma linha mais limitada de sabores, a Baly inovou com versões como morango com kiwi, tropical, zero açúcar, blue ice e até energético com funk ostentação na embalagem. Essa diversidade agrada tanto consumidores que buscam novidades quanto aqueles que querem fugir do sabor tradicional.

4. Conexão cultural
A Baly patrocina eventos de música urbana, festas regionais, influenciadores periféricos e artistas emergentes — criando uma identificação real com o público jovem e urbano. Essa estratégia é similar à que marcas como Guaraná Jesus e Tubaína usaram em suas respectivas regiões.


O que isso revela sobre o consumidor brasileiro?

O crescimento da Baly mostra que o consumidor brasileiro está mais pragmático, conectado e sensível ao valor percebido de uma marca. Mais do que status, busca-se uma experiência autêntica, saborosa, acessível e alinhada aos códigos culturais locais.

Na editoria de Tendências de Consumo, já falamos sobre o conceito de “consumo consciente acessível” — que não significa, necessariamente, pagar mais caro por produtos sustentáveis ou gourmetizados, mas sim fazer escolhas práticas e com propósito, dentro da realidade financeira de cada um.


Baly x Red Bull: os números da disputa

Segundo levantamento da NielsenIQ divulgado em abril de 2025, os números apontam que:
  • A Baly teve um crescimento de 37% no volume de vendas em relação ao ano anterior.
  • A Red Bull, por outro lado, apresentou um crescimento mais modesto, na casa dos 7%.
  • Em volume absoluto, a Baly passou a ocupar o primeiro lugar no ranking nacional de vendas em pontos de distribuição como supermercados, atacarejos e lojas de conveniência.

Esses números ainda não indicam uma liderança em valor de faturamento — a Red Bull continua à frente nesse critério por conta do preço médio mais alto —, mas mostram que a disputa está longe de terminar.

📊 Para mais análises de mercado, veja nosso artigo: “5 tendências de bebidas não alcoólicas que vão dominar o Brasil em 2025”.


O que esperar para os próximos anos?

A batalha entre Baly e Red Bull promete se intensificar. De um lado, a Red Bull deve investir mais em inovação, sabores novos e promoções regionais. De outro, a Baly tende a ampliar sua presença nas grandes capitais do Sudeste, consolidando sua imagem como “o energético do povo”.

Além disso, novos players vêm surgindo com propostas ainda mais segmentadas, como energéticos naturais, orgânicos ou com fórmulas funcionais — com ingredientes como guaraná, chá verde e cúrcuma.


Conclusão: mais do que energia, uma questão de identidade

A virada da Baly sobre a Red Bull não é apenas uma história de marketing bem-feito. É um reflexo direto de como os hábitos de consumo estão se nacionalizando, se popularizando e se conectando às raízes culturais do Brasil. A vitória da Baly representa um novo olhar para o consumo popular, para os sabores diversos e para a força das marcas que sabem conversar com o Brasil real.

Na Mood Food, acreditamos que alimentar-se vai muito além do prato — envolve escolhas, identidade, pertencimento e histórias que merecem ser contadas. E essa história energética ainda está só começando.


🌟 Quer saber mais sobre marcas nacionais que estão conquistando o Brasil?
Confira nosso especial: “Do bairro para o Brasil: 7 marcas alimentícias que ganharam o coração dos brasileiros”

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