A nova onda do varejo alimentar traz leites e bebidas lácteas diferenciados que aliam saciedade, saudabilidade e inovação em embalagens práticas.
Cada vez mais, os consumidores buscam produtos nutritivos e funcionais – e o mercado de laticínios segue essa tendência. Leites proteicos, ultra‑processados com benefícios adicionais, ganham espaço nas prateleiras. Vamos entender o que impulsiona essa virada na indústria e como isso impacta o varejo e o consumidor final.
Explosão do mercado proteico
O segmento de bebidas lácteas prontas para beber e enriquecidas com whey cresceu 48% entre 2021 e 2022 no Brasil.
Essas bebidas representam cerca de 4 % das vendas de leites aromatizados, mas têm expandido sua participação rapidamente.
Esse movimento reflete a procura crescente por produtos concentrados em proteína, não apenas por atletas, mas pela população em geral, em busca de saciedade e bem‑estar.
Reforço no ponto de venda
Marcas como Vigor, Danone e Piracanjuba investem em estratégias de destaque nas gôndolas:
Vigor lançou a linha VIV, com 15 g de proteína por unidade, sem adição de açúcar ou lactose.
Segundo a diretora de marketing da Vigor, Karina Dal Sasso, "conquistar visibilidade no PDV e valorizar diferenciais passa a ser a chave para se tornar a escolha do consumidor"
Marcas também investem em embalagens individuais e variados sabores para atender diferentes perfis de consumo.
Saúde, saciedade e conveniência
Esse consumo não se limita a atletas: idosos e consumidores que buscam mais saciedade também são parte importante do público.
Um estudo apontou que a inclusão de laticínios proteicos no café da manhã aumenta a saciedade e melhora controle glicêmico, ideal para rotinas mais saudáveis.
O desafio da qualidade e do marketing
Produtos com alegações de proteína bombam no marketing, mas muitos são ultraprocessados. Um especialista da Mintel alerta que nem sempre são nutricionalmente superiores portaltela.com.
Em fóruns como r/Maromba, consumidores compartilham experiências:
“Leite molico sem lactose ‘proteína’ – 10 g de proteína por 200 ml – por R$ 5,99 (…) entrega mais proteína por menos preço, o resultado na semana/mês já é mais relevante”
Mas há alertas sobre rotulagem e comparativos:
“Leite (da molico) sem lactose tem 6 g de proteína por si só, a não ser que você tenha que bater muita proteína não vale tanto assim”
Isso reforça a importância de comparar rótulos e considerar custo x benefício com atenção.
A feira de leites proteicos é um reflexo da era “health-conscious”. Nos últimos anos, a alimentação se tornou terreno de inovação: o que era nicho virou mainstream – com crescimento exponencial de bebidas whey, leites A2, zero lactose e ultra‑processados com apelo funcional.
Para o varejo, é hora de investir em diferenciação no PDV e entender os perfis de consumidores. Já o consumidor deve usar o rótulo como aliado: comparar ingredientes, avaliar teor proteico real e preço por grama de proteína.
Refletir: será que estamos escolhendo por saúde ou por marketing? A próxima vez que você pegar um leite com apelo proteico, pergunte a si mesmo: estou pagando por benefício real — ou apenas por embalagem chamativa?
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