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Proteína doce: a revolução que pode substituir o açúcar na indústria alimentícia

  • Foto do escritor: Dalton Bermejo Wang
    Dalton Bermejo Wang
  • 14 de jun.
  • 2 min de leitura
A indústria alimentícia está vivendo um momento inovador com a descoberta de alternativas ao açúcar tradicionais — e uma das soluções mais promissoras vem de uma proteína doce: a taumatina. Nessa nova fase, a proteína pode ser produzida em laboratório utilizando microrganismos, trazendo grandes ganhos em sustentabilidade, saúde e economia

Proteína doce pode substituir o açúcar na indústria
Proteína doce pode substituir o açúcar na indústria


O que é taumatina e por que ela é especial

A taumatina é uma proteína natural extraída da planta Thaumatococcus daniellii, nativa da África, e pode ser até 3.000 vezes mais doce que a sacarose — mas sem calorias e com impacto insignificante no índice glicêmico. Ela ativa os mesmos receptores que o açúcar, entregando sabor doce sem ser um carboidrato.

Desafios da extração tradicional
Embora atraente, a extração direta da planta traz dificuldades:
  • Baixo rendimento: apenas cerca de 900 mg de proteína por quilo de fruta;
  • Cultivo limitado: a planta é delicada e exige condições específicas;
  • Logística complexa: importação, sazonalidade e altos custos dificultam a produção


A solução biotecnológica: fungos como “fábrica” de doçura

Pesquisadores da Escola de Engenharia de Lorena (EEL-USP), liderados pelo Dr. Fernando Segato e integrados à Plataforma Biotecnológica Integrada de Ingredientes Saudáveis (PBIS), estão usando o fungo Thermothelomyces thermophilus para produzir taumatina por fermentação de precisão.

Esse método utiliza ferramentas de engenharia genética para transformar fungos em verdadeiras “fábricas celulares”, capazes de sintetizar taumatina em poucos dias, com produção que chega a gramas por litro — em comparação com os miligramas por quilo da fruta.


Vantagens dessa produção

  • Respeita o meio ambiente: reduz a necessidade de terras agrícolas e consumo de recursos;
  • Eficiência superior: maior rendimento em menor tempo;
  • Segurança e previsibilidade: menor risco de variações sazonais ou flutuação de preço;
  • Independência: diminui a dependência de importações, promovendo autonomia tecnológica local.


Impacto na indústria de alimentos

Com a produção nacional de taumatina via biotecnologia, chegam ao mercado ingredientes:
  • Mais acessíveis,
  • Mais saudáveis (por não elevarem o índice glicêmico),
  • E mais sustentáveis.

Isso abre caminho para o uso em bebidas, laticínios, panificados e sobremesas, atendendo à demanda crescente por alimentos com menos açúcar adicionado e melhor qualidade nutricional.


A força da inovação aberta

A iniciativa faz parte de um esforço de colaboração entre universidades, institutos de pesquisa, governo e indústria, promovida pela PBIS e financiada pela FAPESP. Esse modelo de inovação aberta acelera a transformação do conhecimento científico em soluções reais para o mercado.


A utilização de proteínas doces como a taumatina, produzida via microrganismos em fermentação, representa uma virada significativa na redução do uso de açúcar na indústria alimentícia. Com ganhos claros em eficiência, saúde e economia, essa tecnologia promete transformar nossos produtos cotidianos, conectando sustentabilidade e bem-estar.

Se o objetivo é unir sabor, inovação e saúde, a biotecnologia aparece como um caminho promissor — e a taumatina talvez seja o primeiro passo dessa mudança doce e sustentável.


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