Tendências de Consumo em 2025: o que é consumo consciente acessível e por que ele vai dominar o mercado
- Dalton Bermejo Wang

- 7 de jun.
- 4 min de leitura
Atualizado: 8 de jun.
O ano de 2025 marca uma virada significativa nos hábitos de consumo dos brasileiros. Longe do discurso elitizado da sustentabilidade gourmetizada, uma nova mentalidade ganha força nas ruas, mercados e redes sociais: o consumo consciente acessível.
Essa tendência não fala apenas sobre o que as pessoas estão comprando, mas sobre como e por que compram. E ela não envolve pagar caro por alimentos orgânicos, cosméticos naturais ou produtos com selos verdes. Pelo contrário: o consumo consciente acessível parte do princípio de que é possível fazer escolhas melhores, com propósito, dentro da realidade financeira de cada um.
Neste artigo, a Mood Food mergulha nesse novo comportamento de consumo que promete moldar o mercado em 2025 e além.

O que é consumo consciente acessível?
Durante muito tempo, o discurso do consumo consciente foi associado a um estilo de vida quase inatingível para boa parte da população. Comprar de pequenos produtores, investir em marcas sustentáveis, escolher alimentos orgânicos e locais — tudo isso sempre foi incentivado, mas raramente viável para quem tem um orçamento apertado.
O conceito de consumo consciente acessível vem para quebrar essa barreira. Ele reconhece que:
A maioria da população brasileira vive com renda limitada;
O desejo por qualidade, propósito e saúde existe em todas as classes sociais;
Não é necessário ser rico para fazer escolhas mais inteligentes e éticas.
Em outras palavras, é possível ser um consumidor consciente sem precisar gastar mais — basta avaliar melhor as opções, apoiar marcas com valores compatíveis e evitar desperdícios.
Por que essa tendência cresce agora?
1. Crise econômica e inflação dos alimentos
A alta nos preços dos alimentos e a estagnação da renda fizeram com que muitos brasileiros repensassem suas escolhas. O consumidor de 2025 está mais estratégico, mais prático e mais racional. Produtos com rótulo bonito e preço alto perderam espaço para aqueles que entregam valor real, mesmo sem glamour.
Leia também: Como economizar nas compras sem abrir mão da qualidade
2. Conexão com a realidade local
Em vez de importar hábitos de consumo de países europeus, o brasileiro passou a valorizar soluções práticas e locais. Alimentos da estação, marcas da periferia, produtos feitos por pequenos empreendedores e alternativas caseiras voltaram à cena com força.
3. Redes sociais e influenciadores conscientes
Cresceu o número de criadores de conteúdo que falam sobre consumo de forma realista, inclusiva e didática, desmistificando a ideia de que ser sustentável é só para quem tem dinheiro. Canais como o Comida do Amanhã e perfis como o @organicasincera vêm ajudando a democratizar o debate.
Exemplos práticos de consumo consciente acessível
Abaixo, listamos algumas práticas que estão se popularizando em 2025 e que mostram como o consumo consciente pode caber em qualquer bolso:
🍚 Comprar grãos a granel
Comprar arroz, feijão, castanhas e outros grãos em mercados a granel permite escolher a quantidade exata, reduzir o uso de embalagens e pagar menos por quilo. Uma prática simples e econômica.
🛒 Valorizar marcas populares com responsabilidade
Muitas marcas nacionais com preços acessíveis têm investido em logística reversa, redução de plástico e impacto social. Não é preciso pagar R$ 30 por um sabonete vegano se um produto acessível da farmácia faz um bom trabalho e tem certificações éticas.
🍠 Consumir alimentos da estação
Alimentos da época são mais baratos, nutritivos e não exigem longas cadeias de transporte. Em 2025, há uma retomada dos sabores sazonais, com destaque para receitas simples e nutritivas.
Veja nosso especial: Calendário de alimentos da estação
📱 Trocar, reutilizar, compartilhar
A economia do compartilhamento está mais presente do que nunca. Plataformas de troca, brechós online, grupos de doação e aluguel de objetos crescem e ajudam a reduzir o consumo desnecessário sem abrir mão de conforto.
O papel da indústria e das marcas
As empresas que entenderem essa virada no comportamento do consumidor sairão na frente. As marcas que prosperam em 2025 são aquelas que:
Oferecem transparência, com rótulos simples e preços justos;
Investem em embalagens reutilizáveis ou recicláveis;
Estão presentes no varejo de bairro, nos mercadinhos e aplicativos de compra locais;
Acolhem todas as classes sociais, sem elitizar seu discurso.
Um bom exemplo é a marca de energéticos Baly, que superou a Red Bull em volume de vendas ao oferecer qualidade, preço acessível e comunicação com o público periférico.
E o papel do consumidor?
Em 2025, o consumidor está mais informado, conectado e responsável. Mas, acima de tudo, ele está mais consciente de suas próprias limitações e possibilidades.
Não se trata de buscar a perfeição, mas sim de adotar pequenas atitudes consistentes, como:
Reduzir o desperdício de alimentos em casa;
Levar a própria sacola ao mercado;
Preferir marcas locais quando possível;
Pensar duas vezes antes de uma compra por impulso.




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