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Aos 26 anos, ele conquistou o Michelin. Mas o que ele queria mesmo era cozinhar para a mãe

  • Foto do escritor: Dalton Bermejo Wang
    Dalton Bermejo Wang
  • há 10 horas
  • 2 min de leitura
Era 2020, o mundo virava do avesso e boa parte da juventude se perdia em scrolls infinitos no celular. Mas em uma cozinha de 10 metros quadrados em Recife, um garoto de 21 anos começava a viver sua própria revolução: uma obsessão pelo sabor.


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Cinco anos depois, o mundo gourmet se rendeu: o pernambucano Caio Tomás acaba de receber sua primeira estrela Michelin com o restaurante Carne Crua, em São Paulo, onde comanda um cardápio que mistura crueza, acidez e memória afetiva. Mas por trás da técnica impecável, o que move Caio nunca foi o glamour. Foi o cheiro da cozinha da mãe.

“Tudo que eu faço é baseado numa lembrança. Eu queria que minha mãe comesse algo que lembrasse a infância dela — só que de um jeito novo”, diz o chef.

A fome que vem da alma

Caio não estudou fora, não estagiou em restaurantes parisienses nem passou por cozinhas estreladas. Sua formação foi outra: os corredores do mercado de São José, a panela de pressão chiando e a tentativa de reinventar o sarrabulho sem perder o gosto de casa.

E talvez aí esteja a razão do sucesso: a comida de Caio toca primeiro o coração, depois o paladar.
“Eu não tenho problema com Nutella, miojo ou caviar. Pra mim, comida boa é a que faz a gente fechar o olho. Seja um torresmo ou um steak tartare”, afirma, em um tom que combina com o manifesto da Mood Food: prazer em comer, sem frescura ou culpa.

O Michelin não é o fim

A estrela veio com o prato mais comentado do cardápio: um tartar de carne de sol com maionese de coalhada, chips de banana verde e farofa de castanha-de-baru. Ousado? Sim. Mas também simples. A essência do prato não está no rebuscamento, mas na coragem de confiar nos próprios sabores.

“Tem chef que cozinha pra impressionar. Eu cozinho pra lembrar. Lembrar da vó, da infância, da ressaca depois da balada. Comida tem que ser honesta.”

Comida com alma, não com ego

Caio Tomás é, acima de tudo, um exemplo da nova geração de chefs que não fazem distinção entre o que é gourmet e o que é de boteco. Ele acredita que existe beleza em tudo que é feito com verdade — da lasanha congelada à pupunha na brasa.

Você também acha que comida boa é aquela que te faz feliz?

Siga a Mood Food e descubra histórias de quem faz da cozinha um lugar de afeto, liberdade e sabor.

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